A arte de educar e aprender e a beleza do paradoxo
Educar pra valer é processo, é saber permitir-se tempo e dar tempo ao outro.
Educar é aprender paciência, persistência e perseverança.
É dar espaço pro outro desconstruir e construir um milhão de vezes até que aprenda algo novo.
Educar é despertar o desejo, instigar a curiosidade e mostrar de alguma forma o benefício de algo futuro.
Educar e aprender é aceitar o conflito de dois desejos que se chocam, é aguentar juntos a frustração do não saber, do não querer e poder então abrir espaço pra criação de um novo olhar e fazer das coisas.
É deixar aquele que aprende também aprender por si. Afinal, aprender é uma construção que é processada no universo de cada um, mesmo que aconteça na relação com o outro.
É abraçar juntos um novo saber, saber esse que modificou as duas partes ao longo do processo. O saber externo acaba sendo apenas um reflexo de um grande crescimento que ocorreu de dentro pra fora, em ambas as partes.
No final das contas, aprender deveria ser muito mais do que replicar a solicitação do outro e deveria ser muito mais do que ganhar uma nova informação ou habilidade, aprender de verdade é deixar o eu ser expandido e transformado pelo outro, mas sem nunca perder a essência de si. E pra que isso aconteça quem educa tem que deixar o outro ser, na essência, quem ele é ao mesmo tempo em que quem aprende deve permitir-se crescer com quem o ensina.
E no desenrolar do árduo processo de educar e aprender ambas as partes se expandem: quem educa aprende e quem aprende ensina.
M.S.
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